A sesta na Sé é democrática. Até mesmo os gatos (acertou, os de quatro patas) daquelas bandas
se esparramam por debaixo dos bancos da praça que leva o mesmo nome da catedral demolida por senhores preocupados com o progresso de Salvador. Pros tais progressistas, ela atrapalhava o vai-e-vem dos antigos bondes existentes no local. Tente ler o livro "Memória da Sé", do professor Fernando da Rocha Peres,tá?
Quando vou a Sé (e a pé, claro) adoro me esconder perto do canteiro da cajazeira altona que fica até hoje colada ao muro lateral da Igreja da Misericórdia. Ufa!
A fresca do lugarzinho é boa. E como não pode deixar de ser, um vendedor de água mineral (espero), gaiato que só ele, vai aparecer do nada, pra você, com comentários felizes a tiracolo: "Sua parenta (sic) da Suécia comprou água ,ontem, aqui comigo. 'Minha água' é de confiança, olha o lacre aqui, ó." Ah, naturalmente escute tudo em silêncio e continue a direcionar o seu olhar pra um vovô que dorme sentado, com o pescoço todo destrambelhado (com fé ele parece se movimentar até a Cidade Baixa, e retorna em paz). Prefira imaginar que os seus sonhos estão lindos ("os sonhos mais lindos, sonhei").
E depois, pra completar o dia, chame "o cafezinho" (sinônimo de vendedor de café, meus amigos doutros cantos). Humm, já o outro cafezinho (doce, doce,doce), caprichado, chega em segundos, de "nossas soteropolitanas máquinas ambulantes de café". Cafezinho, cafezinho, ele chega até você num copo plástico, saído de um carrinho. É ver, provar e conversar.
Meia horinha, é pouco ou quer mais?
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