quarta-feira, 30 de setembro de 2009


Detalhe da campainha de uma das portas de acesso a Antiga Faculdade de Medicina da UFBa

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Saiu de Água de Meninos, pulou o paredão da Misericórdia e correu em direção ao pipoqueiro. Queria as pipocas coloridas, mas as nicas que tinha eram poucas. Então o menino malino se armou foi num caruru das antigas. Sentou-se na esteira de palha, atentou os outros nó cegos e ajeitou a mão para remexer a bacia de alumínio toda ajeitada com caruru, galinha de ensopado, farofa de dendê, acarajé, abará, inhame, milho branco cozido, vatapá, feijão fradinho, acaçá, amalá, rolete de cana e rapadura. Os guris saíram de pança cheia, ainda pegaram uns queimados e alegraram
Cosme e Damião, os celebrados do dia.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vento Bravo

Composição: Edu Lobo / Paulo César Pinheiro

Era um cerco bravo, era um palmeiral,
Limite do escravo entre o bem e o mal
Era a lei da coroa imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o vento vira e do vendaval
Surge o vento bravo, o vento bravo

Era argola, ferro, chibata e pau
Era a morte, o medo, o rancor e o mal
Era a lei da Coroa Imperial
Calmaria negra de pantanal
Mas o tempo muda e do temporal
Surge o vento bravo, o vento bravo

Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Se acalmar

Vento virador no clarão do mar
Vem sem raça e cor, quem viver verá
Vindo a viração vai se anunciar
Na sua voragem, quem vai ficar
Quando a palma verde se avermelhar
É o vento bravo
O vento bravo

Como um sangue novo
Como um grito no ar
Correnteza de rio
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar
Que não vai se acalmar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Suor

"Os ratos passaram, sem nenhum sinal de medo, entre os homens que estavam parados ao pé da escada escura. Era escura assim de dia, e de noite subia pelo prédio como um cipó que crescesse no interior do tronco de uma árvore."

Trecho retirado de Suor, de autoria de Jorge Amado. A personagem central é o imóvel n°68 da Ladeira do Pelourinho, mais exatamente a escadaria.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Projeto Biombo A(r)mado

Procura-se parceria para projeto que envolve literatura, reciclagem e arte contemporânea.
Artesãos, arteiros e artistas são bem vindos! Sem fins lucrativos! Qualquer coisa entrem em contato pelo e-mail leilaroch@hotmail.com

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Nas casas do Centro Histórico nem sempre existem janelas esperando a entrada do sol.
Algumas possuem escadarias tão íngremes que quando subimos os seus degraus, sentimos as batatas das pernas entrarem nos eixos. São muitas ruas, são quatrocentas e poucas casas oficiais e outras bem escondidas. A liberdade de ir e vir por entre becos, guetos e esconderijos só existe quando contamos com a solidariedade de muitos moradores.
Há sete anos eu frquentava as noites de reggae na Rocinha, dançava e não me drogava com nada. O clima era muito bom, de paz. Não sei como estão as coisas hoje em dia, mas sinto saudade de entrar pelo beco apinhado de caixas de isopor, com os vendedores improvisando pregões... Um Pelourinho que vivi! E que valorizo!

domingo, 13 de setembro de 2009



Me aventurei em busca de novos olhares. Estou no entorno do Pelourinho, e como podem perceber, até a vida dos gatos tem sido difícil por alguns telhados de casarões e sobrados da área.
A Lei Municipal 5.907/01, sancionada em janeiro de 2001 (decreto 13.251) e regulamentada em setembro do mesmo ano, determina a periodicidade máxima para a realização de manutenção preventiva e predial.

Caminhando por entre vegetações brotando de telhados e entre fachadas com rebocos quase soltos, por entre emaranhados de fios elétricos nas adjacências de algumas ruas do Centro Histórico, me pergunto: essa legislação está sendo colocada em prática?

A participação colaborativa da população é importante, talvez o retrato do Pelourinho atual, sobrevivendo entre altos e baixos, seja também o espelho da sociedade soteropolitana.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Maciel de Cima, Maciel de Baixo
Casa colonial em cima, a popular embaixo
URBIS, não, imagina,
É adobe na colina e no sobrado.

sábado, 5 de setembro de 2009

Da lua

Tava passando os olhos pela estante de livros de meu pai e de repente me deparei com um livro! Um livro recheado de descrições do Pelourinho de décadas passadas, além de alguns poemas e estórias de vida de Clarindo Silva, "um guardador do patrimônio artístico e histórico" do Pelourinho.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O nascimento deste blog aconteceu no ano passado, quando participei do concurso de blogs Redes-Cobrindo o Pelô, lançado pelo IPAC. Não fiquei entre os três vencedores ( Coração do mundo, Pelourinhando e Terreiro Raiz), porém continuo na lida, até quando der.
Essa semana fiquei meio triste com o episódio que ocorreu no Pelô, mas continuo e continuarei a frequentá-lo, é um lugar para ser descoberto, mesmo com o caráter comercial que adquiriu desde a primeira etapa de restauração alguns prédios de seu conjunto arquitêtonico.
Tem gente que não quer mais pisar o pé lá, tem gente que chega e não quer mais sair, tem gente que sente uns arrepios e ainda diz escutar muitos gritos de escravos em sofrimento. Diante da tal possibilidade da Terça da Benção parar de acontecer, convoco todos os amantes do Pelourinho para se envolverem mais na defesa deste nosso patrimônio e invadir suas ruas, e exigir das autoridades a melhoria de qualidade de vida do local. E vamo que vamo!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

De repente me lembrei de uma música das antigas ...

Pelourinho
Composição: Margareth Menezes

Deuses, divindade infinita do universo
Predominante esquema mitológico
A ênfase do espírito original xuou,
Formara, no épio um novo cósmico

A emersão,
Nem Osiris sabe como aconteceu
A emersão,
Nem Osiris sabe como aconteceu
A ordem ou submissão do olho seu
Transformou-se na verdadeira
Humanidade
Epopéia do código de guebe, e eu falei lute
E lute gerou as estrelas

Osiris, proclamou o matrimônio com Isis
E o maocete, iradu assassinou, emperaá, Oros
Levando avante a vingança do pai
Derrotando o império de maocete

É o grito da vitória que nos satisfaz, cadê
Tutankamon, egisé, akaenadon, egisé
Tutankamon, egisé, akaenadon
Eu falei faraó
Ehhhh, faraó, eu clamo Olodum, Pelourinho
Ehhhh, faraó, pirâmide da base do Egito
Ehhhh, faraó eu clamo Olodum, Pelourinho
Ehhhh, faraó

Que mara, mara, mara, maravilha ê,
Egito ê (3x)
Faraóó, ó ó ó
Pelourinho, uma pequena comunidade
Que porém Olodum unirá
Em braços de confraternidade
Despertai-vos, para a cultura egípcia no
Brasil
Em vez de cabelos trançados
Veremos turbantes de Tutankamon
E nas cabeças enchem-se de liberdade
O povo negro pede igualdade
Deixando de lado as separações, cadê (refrão)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Semana da Pátria


Revolta dos Malês, Revolta dos Alfaiates. O Pelourinho sempre foi palco de movimentações sócio-políticas do povo baiano. Palco de suplícios para os povos africanos escravizados desde o início do tráfico negreiro, serviu de residência para os mais abastados, que no decorrer do tempo foram doando suas casas aos seus antigos escravos.
Na Roma Negra, como ficou conhecida a cidade de Salvador, as diversas culturas africanas criaram amizades e divergências. Eram línguas diversas e hábitos diversos dividindo o mesmo espaço físico. O Pelourinho de hoje é um dos pelourinhos que existiram em Salvador.
Pelourinho ainda é Maciel para alguns, ainda é Roma Negra. E no século retrasado também serviu de porto seguro para muitos libaneses que chegarem por terras baianas!


Terreiro de Jesus,pintura em aquarela; Diógenes Rebouças.

terça-feira, 1 de setembro de 2009



Ei, dos céus! Ilumina os restauradores deste belo templo! Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, 1664.