segunda-feira, 31 de agosto de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Pe(t)lourinho
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Uma notícia importante!
Pelourinho recebe R$ 20 milhões para ações de infraestrutra
Extraído de: Prefeitura de Salvador - 10 de Agosto de 2009
Os tambores do Pelourinho bateram mais forte nesta manhã de segunda-feira, 10. O prefeito João Henrique anunciou, às 10 horas, no Museu da Cidade, recursos da ordem de R$ 20 milhões para investimentos em ações de infraestrutura. A verba é oriunda do Governo Federal e foi garantida pelos senadores Antônio Carlos Magalhães Junior (R$ 18 mi) e João Durval (R$ 2 mi), através da emenda 71060020/2008.
Na solenidade estavam presentes o senador Antonio Carlos Magalhães Junior, o deputado Federal, Antônio Carlos Magalhães Neto, o vice-prefeito Edivaldo Brito, além de secretários da pasta municipal, líderes comunitários, moradores do bairro e representantes de associações de trabalhadores do local. "Os recursos vão garantir a continuidade do nosso trabalho de revitalização do Pelourinho, que é um dos maiores centro culturais do mundo. Vamos acelerar a elaboração dos projetos e encaminharmos ao governo Federal", pontuou João Henrique. "É mais um grande salto que damos para promover melhorias tão esperadas aos baianos e aos turistas".
FONTE: www.jusbrasil.com.br
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Encontrei um material que relata algumas lutas das mulheres e sua participação na Associação dos Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH). Abaixo segue um trecho do texto, que pode ser encontrado completo no site do CEAS.
Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH)
O surgimento e o histórico da Associação dos Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH) – que poderia muito bem ser chamar “Associação das Moradoras e Amigas do Centro Histórico”, tamanha a predominância das mulheres em sua composição – estão totalmente relacionados ao Projeto de Revitalização do Centro Histórico de Salvador que, já na sua 7.ª Etapa, continua expulsando antigos moradores do local. O projeto da 7.a Etapa, como é conhecido, faz parte do Programa de Preservação de Patrimônio Cultural Urbano (Programa Monumenta) do Ministério da Cultura (MinC), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da UNESCO, além de substancial participação do Governo do Estado da Bahia em termos de contrapartida e da complementação de recursos para o setor habitacional através da Caixa Econômica Federal (CEF). O Projeto é iniciado em 2001, mesmo ano em que é fundada a AMACH.
São cinco anos de luta (2001-2006) nos quais as mulheres da AMACH enfrentaram muitos obstáculos, como os embates com o Governo do Estado da Bahia para a garantia de permanência na área e participação no Projeto, além das dificuldades de fortalecer a organização do “movimento pró-moradia”, mantido basicamente por mulheres que convivem com o desemprego, com casas em risco de desabamento, com o cuidado com a família, com os preconceito de raça e gênero, com a violência e o tráfico de drogas. Em muitos momentos de discussão com a comunidade e com o Poder Público elas relembraram o caminho traçado neste histórico de luta até os dias atuais: a composição da direção, que mostrava a resistência das mulheres (até o momento foram duas presidentas, sendo apenas quatro homens no total de 15 pessoas na diretoria); as dificuldades enfrentadas para mobilizar uma área onde o desemprego e o subemprego, a prostituição e o alto índice de uso e tráfico de crack são uma realidade; a Ação Civil Pública junto ao Ministério Público contra o Governo do Estado; a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre Ministério Publico e Governo, contendo demandas formuladas pela AMACH; a visita do Relator da ONU para a Moradia Adequada, Miloon Kothari; o processo de negociação do Estado com as lideranças; a chegada de alguns projetos sociais com recursos públicos; a garantia de permanência para apenas 103 famílias...
Desde sua criação a AMACH teve o difícil convívio com a “crise das lideranças”, causada pelo conflito entre o tempo destinado ao trabalho comunitário (não remunerado), a pressão familiar para a manutenção econômica e o cuidado com a casa, filhos e companheiros. Neste tempo percebemos então, só em função do tempo das mulheres dedicado à AMACH, um aumento do stress, diversas brigas conjugais, aumento da crise do desemprego... Ao mesmo tempo, é perceptível que as mulheres imprimem um diferencial organizacional, que pode ser traduzido no cuidado, zelo e sensibilidade. Não é em vão que um número expressivo de organizações de bairros populares tenha seu início como grupo de mães, corte e custura ou grupo de mulheres; elas acabam expandido para fora de casa o cuidado para com os seus. Na AMACH, apesar de já ter seu início como associação de moradores, isto fica explícito no cuidado com que estas mulheres trataram dos encaminhamentos políticos no enfrentamento com o Governo do Estado da Bahia.
Os pontos mais marcantes deste zelo ficaram evidentes no trabalho especial da AMACH em relação à compatibilização das novas moradias às famílias remanescentes. Já que, mesmo com a garantia de permanência no Centro Histórico, não foi garantida para as 103 famílias a permanência em seu imóvel de origem, foi preciso adaptar o número de componentes familiares à quantidade de cômodos das casas a serem reformadas, mantendo atenção ainda ás relações de vizinhança. Trabalho árduo, que requer paciência, organização e sensibilidade. Soma-se a este trabalho comunitário outras atenções em relação à negociação com o Estado, organização dos trabalhos sociais, o cuidado com a sede da Associação, a mobilização comunitária... e percebe-se o alto grau de comprometimento destas lideranças com a luta da AMACH.
As mulheres do Centro Histórico ainda têm muita luta pela frente: cuidar dos encaminhamentos do TAC junto ao novo governo; observá-lo com atenção, convivendo com diversas situações de risco; cuidar da comunidade, da casa e de si, além de estar atenta para a organização da AMACH. Aposta-se na força da associação como movimento de resistência e no papel da mulher no cuidar da casa como extensão para o bairro.
Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH)
O surgimento e o histórico da Associação dos Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH) – que poderia muito bem ser chamar “Associação das Moradoras e Amigas do Centro Histórico”, tamanha a predominância das mulheres em sua composição – estão totalmente relacionados ao Projeto de Revitalização do Centro Histórico de Salvador que, já na sua 7.ª Etapa, continua expulsando antigos moradores do local. O projeto da 7.a Etapa, como é conhecido, faz parte do Programa de Preservação de Patrimônio Cultural Urbano (Programa Monumenta) do Ministério da Cultura (MinC), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da UNESCO, além de substancial participação do Governo do Estado da Bahia em termos de contrapartida e da complementação de recursos para o setor habitacional através da Caixa Econômica Federal (CEF). O Projeto é iniciado em 2001, mesmo ano em que é fundada a AMACH.
São cinco anos de luta (2001-2006) nos quais as mulheres da AMACH enfrentaram muitos obstáculos, como os embates com o Governo do Estado da Bahia para a garantia de permanência na área e participação no Projeto, além das dificuldades de fortalecer a organização do “movimento pró-moradia”, mantido basicamente por mulheres que convivem com o desemprego, com casas em risco de desabamento, com o cuidado com a família, com os preconceito de raça e gênero, com a violência e o tráfico de drogas. Em muitos momentos de discussão com a comunidade e com o Poder Público elas relembraram o caminho traçado neste histórico de luta até os dias atuais: a composição da direção, que mostrava a resistência das mulheres (até o momento foram duas presidentas, sendo apenas quatro homens no total de 15 pessoas na diretoria); as dificuldades enfrentadas para mobilizar uma área onde o desemprego e o subemprego, a prostituição e o alto índice de uso e tráfico de crack são uma realidade; a Ação Civil Pública junto ao Ministério Público contra o Governo do Estado; a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre Ministério Publico e Governo, contendo demandas formuladas pela AMACH; a visita do Relator da ONU para a Moradia Adequada, Miloon Kothari; o processo de negociação do Estado com as lideranças; a chegada de alguns projetos sociais com recursos públicos; a garantia de permanência para apenas 103 famílias...
Desde sua criação a AMACH teve o difícil convívio com a “crise das lideranças”, causada pelo conflito entre o tempo destinado ao trabalho comunitário (não remunerado), a pressão familiar para a manutenção econômica e o cuidado com a casa, filhos e companheiros. Neste tempo percebemos então, só em função do tempo das mulheres dedicado à AMACH, um aumento do stress, diversas brigas conjugais, aumento da crise do desemprego... Ao mesmo tempo, é perceptível que as mulheres imprimem um diferencial organizacional, que pode ser traduzido no cuidado, zelo e sensibilidade. Não é em vão que um número expressivo de organizações de bairros populares tenha seu início como grupo de mães, corte e custura ou grupo de mulheres; elas acabam expandido para fora de casa o cuidado para com os seus. Na AMACH, apesar de já ter seu início como associação de moradores, isto fica explícito no cuidado com que estas mulheres trataram dos encaminhamentos políticos no enfrentamento com o Governo do Estado da Bahia.
Os pontos mais marcantes deste zelo ficaram evidentes no trabalho especial da AMACH em relação à compatibilização das novas moradias às famílias remanescentes. Já que, mesmo com a garantia de permanência no Centro Histórico, não foi garantida para as 103 famílias a permanência em seu imóvel de origem, foi preciso adaptar o número de componentes familiares à quantidade de cômodos das casas a serem reformadas, mantendo atenção ainda ás relações de vizinhança. Trabalho árduo, que requer paciência, organização e sensibilidade. Soma-se a este trabalho comunitário outras atenções em relação à negociação com o Estado, organização dos trabalhos sociais, o cuidado com a sede da Associação, a mobilização comunitária... e percebe-se o alto grau de comprometimento destas lideranças com a luta da AMACH.
As mulheres do Centro Histórico ainda têm muita luta pela frente: cuidar dos encaminhamentos do TAC junto ao novo governo; observá-lo com atenção, convivendo com diversas situações de risco; cuidar da comunidade, da casa e de si, além de estar atenta para a organização da AMACH. Aposta-se na força da associação como movimento de resistência e no papel da mulher no cuidar da casa como extensão para o bairro.
domingo, 23 de agosto de 2009
Tamborete de brega
Os bregas do Pelourinho fazem parte da vida do local desde muito antes de Gregório de Mattos se empenhar na divulgação do lado B da cidade da Bahia, atual Salvador.
Nos tempos de falta de água encanada, as funcionárias do amor cotidianamente costumavam ter em seus quartos uma bacia na qual lavavam suas genitálias e depois rumavam tudo pelas janelas. E quem passava pela rua, levava água usada na cabeça. E elas avisavam: Lá vai!
Nos tempos de falta de água encanada, as funcionárias do amor cotidianamente costumavam ter em seus quartos uma bacia na qual lavavam suas genitálias e depois rumavam tudo pelas janelas. E quem passava pela rua, levava água usada na cabeça. E elas avisavam: Lá vai!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Varanda inclinada
Fui no charriot à procura da Velha Bahia encostada numa ribanceira. Então achei uns pés de cacau, uma banca de livros, um consertador de óculos, um chaveiro e a Polícia Militar da Bahia.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Encantar para não acabar
Moradores conversam entre si numa porta de biboca muito conhecida:
- Pô, véi, num guento mais ver esse povo de Salvador que fica falando mal do meu bairro.
- Rapaz, é barril! Tu sabe que aqui tem muita gente de qualidade e que a coisa vai melhorar. Me dá uma agonia ver esses gringo cheio de medo da gente, se a gente ri pra eles ficam pensando coisa. Me deixe, viu!
- Eu tomem já tô parando de tratar o povo bem, quem quiser que chegue, só não vou ficar mais abrindo os dente pra ninguém.
- Niuma, a gente sabe quem é decente na área. Bora relevar, man! O Pelô é de fase, tudo pode mudar!
- Pô, véi, num guento mais ver esse povo de Salvador que fica falando mal do meu bairro.
- Rapaz, é barril! Tu sabe que aqui tem muita gente de qualidade e que a coisa vai melhorar. Me dá uma agonia ver esses gringo cheio de medo da gente, se a gente ri pra eles ficam pensando coisa. Me deixe, viu!
- Eu tomem já tô parando de tratar o povo bem, quem quiser que chegue, só não vou ficar mais abrindo os dente pra ninguém.
- Niuma, a gente sabe quem é decente na área. Bora relevar, man! O Pelô é de fase, tudo pode mudar!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Mato ralo no Terreiro de Jesus
Ao chegar no Terreiro de Jesus há capoeira. Capoeira significa, em tupi, mato ralo. Você, de acordo com a sua habilidade, de vez em quando percebe quem é mestre e quem não é. Formar-se em mestre não é pra qualquer um, isso exige muitos anos de movimento. Há alguns anos atrás não tinha esse papo de capoeirista de tênis, vestido com calça de helanca. Mas independente das aparências, o amor pela capoeira é mais forte, e se Bimba estivesse aqui colocaria muita gente nos eixos.
Na capoeiragem, em meio a apelidos e muitos gingados, permanecem umas culturas vivas até hoje, e minha homenagem é ao Mestre Gigante, também conhecido por Chiquinho, morador da Federação. Ele, um octagenário, toca um berimbau como ninguém, é grande tocador e celebrou grandes momentos no Pelô.
Um passarinho me contou que tem sido frequente uma nova modalidade de capoeira, a capoeira de avião. E as sequências são assim: mulher estrangeira chega na terrinha, se encanta com os gingados de um capoeirista iniciante(ou até mesmo figurante qualquer), então o convida para partir para o exterior com ela e lá patrocina a abertura de alguma escola de capoeira. Essa arte, aí tratada como uma mercadoria brasileira, recebe uns toques pessoais do rapaz, e quando um mestre de cá chega para uma visitinha informal, aí se depara com "aquelas" inovações, quase não acredita no que vê. E até recebe uns chepos! Imagina só!
Pois, pois, comida de peixe é minhoca, berimbau sem cabaça não toca!
Na capoeiragem, em meio a apelidos e muitos gingados, permanecem umas culturas vivas até hoje, e minha homenagem é ao Mestre Gigante, também conhecido por Chiquinho, morador da Federação. Ele, um octagenário, toca um berimbau como ninguém, é grande tocador e celebrou grandes momentos no Pelô.
Um passarinho me contou que tem sido frequente uma nova modalidade de capoeira, a capoeira de avião. E as sequências são assim: mulher estrangeira chega na terrinha, se encanta com os gingados de um capoeirista iniciante(ou até mesmo figurante qualquer), então o convida para partir para o exterior com ela e lá patrocina a abertura de alguma escola de capoeira. Essa arte, aí tratada como uma mercadoria brasileira, recebe uns toques pessoais do rapaz, e quando um mestre de cá chega para uma visitinha informal, aí se depara com "aquelas" inovações, quase não acredita no que vê. E até recebe uns chepos! Imagina só!
Pois, pois, comida de peixe é minhoca, berimbau sem cabaça não toca!
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Passado presente
Nos embalos das gravações da minissérie Ó paí ó retorno ao meu caro diário. Trajetos interrompidos, o povo todo querendo uma ponta na Globo e a cidade a mil.
E o Pelô continua indo, levando...
Olha só, o Taboão aparecendo na tevê! Falar em Taboão é falar dos comerciantes oriundos da Galícia que ainda mantêm suas raízes por ali, é passar e dar bom dia a porteira do Edifício Órion, é ouvir os casos de meu tio Luis, ex-morador e dono de casos fantásticos sobre o Pelourinho de sua juventude...
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