Ao chegar no Terreiro de Jesus há capoeira. Capoeira significa, em tupi, mato ralo. Você, de acordo com a sua habilidade, de vez em quando percebe quem é mestre e quem não é. Formar-se em mestre não é pra qualquer um, isso exige muitos anos de movimento. Há alguns anos atrás não tinha esse papo de capoeirista de tênis, vestido com calça de helanca. Mas independente das aparências, o amor pela capoeira é mais forte, e se Bimba estivesse aqui colocaria muita gente nos eixos.
Na capoeiragem, em meio a apelidos e muitos gingados, permanecem umas culturas vivas até hoje, e minha homenagem é ao Mestre Gigante, também conhecido por Chiquinho, morador da Federação. Ele, um octagenário, toca um berimbau como ninguém, é grande tocador e celebrou grandes momentos no Pelô.
Um passarinho me contou que tem sido frequente uma nova modalidade de capoeira, a capoeira de avião. E as sequências são assim: mulher estrangeira chega na terrinha, se encanta com os gingados de um capoeirista iniciante(ou até mesmo figurante qualquer), então o convida para partir para o exterior com ela e lá patrocina a abertura de alguma escola de capoeira. Essa arte, aí tratada como uma mercadoria brasileira, recebe uns toques pessoais do rapaz, e quando um mestre de cá chega para uma visitinha informal, aí se depara com "aquelas" inovações, quase não acredita no que vê. E até recebe uns chepos! Imagina só!
Pois, pois, comida de peixe é minhoca, berimbau sem cabaça não toca!
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